O isolamento necessário para frear a curva de contaminação e a expansão do Coronavírus é fundamental e tem sido praticado no mundo como medida preventiva e como prática de autocuidado. Porém, visualizamos um outro cenário que também merece cuidado e atenção: nosso aspecto emocional. Muitas pessoas acabam esquecendo o quanto o autocuidado emocional também é importante nesses momentos.
Somos seres acostumados a deslocamentos e vida social. A interação é quase que obrigatória todo o tempo e há quem não consiga ficar em casa um final de semana completo, por exemplo.
Mas, ficar em casa, agora, representa o cuidado genuíno com a vida e a oportunidade de auto revisão: Como está sua saúde emocional? Por que fugir de nós mesmos e da auto percepção o tempo todo?
Muitas vezes uma agenda cheia nem sempre é sinal de motivação, disposição e saúde. Pode ser também sinal de ansiedade, medo e adiamento do autocuidado emocional.
Um mergulho consciente em si promove o autocuidado emocional
Obviamente que não é necessário mergulhar num mar interno de inquietações, ante seus sentimentos e anseios, mas, é preciso reconhecer quais são as causas que muitas vezes adoecem fisicamente. A maioria delas é emocional.
A mente produz um resultado positivo ou negativo que afeta diretamente o corpo. Praticar o autocuidado emocional ajuda a controlar esses resultados.
Quando se está na rotina do escritório, é mais fácil notar o quanto algo pode afetar emocionalmente e quando algo causa entusiasmo e sensação de alívio.
Fica mais fácil medir o bem-estar interno quando se está atento. Durante o isolamento social isso também é possível! Talvez um olhar mais cuidadoso além das paredes da empresa, dê uma presença mais empática quando tudo retornar ao normal.
Essa pandemia tem ensinado muito que ninguém faz nada sozinho e que é possível cooperar com o outro para que algo se resolva.
Situações que podem acontecer no período de isolamento social
Muita gente se apavora com a ideia de ficar só ou não poder deslocar-se livremente. Em situações como a atual, o cenário é propício para que aqueles que já sofrem de síndromes do pânico, depressão, ansiedade, se abatam ainda mais.
Nem todos residem com a família, então é preciso estar atento principalmente naqueles que moram sozinhos.
Muitos psicólogos levaram seus consultórios para casa e atendem online, de modo a garantir o bem-estar e segurança de seus pacientes.
Saber falar de inquietações e pontos de fragilidade é fundamental. Por isso, é preciso realmente atuar com aquilo que se pode conduzir num momento como este, sem agravar quadros já instalados.
O que está sendo feito em tempos de home office que pode afetar o autocuidado emocional?
Muitos levaram as atividades do escritório, da escola e dos cursos para dentro de casa.
Todos os locais seguem criando possibilidades para que as pessoas continuem em contato: Reuniões online, vídeos ao vivo com práticas que vão desde meditação até exercícios e culinária.
Amigos seguem marcando seus encontros, agora via aplicativos para se falarem online. Inúmeros locais estão disponibilizando cursos gratuitos, oficinas, tudo na tela de um computador, bastando apenas clicar e se inscrever.
No entanto, apesar da rede de apoio ser necessária e o home office e estudos, fundamentais, fica a pergunta: O que está sendo inserindo além do limite, em uma agenda virtual?
O dia continua tendo 24 horas, portanto, é importante ter disciplina e capacidade de discernimento para escolher bem as atividades extras que você pretende inserir em sua rotina, de modo que campo mental não fique sobrecarregado.
De nada adianta cuidar do corpo, se não prestar atenção na demanda de informações que está consumindo. Preste atenção na qualidade destas informações.
Se você se sobrecarregar, pode ter outro ponto de doença em expansão: as crises de ansiedade, crises emocionais, tensões, depressão causada por frustrações constantes em não se sentir capaz de cumprir todas as demandas.
É tempo de disciplinar a rotina em casa com sabedoria e fomentando a saúde desde o lado de dentro, através do autocuidado emocional. Aprender a colocar limites e zelar por práticas que acalmam, como meditar, escrever, alongar, cozinhar, etc, ajudam a afastar sentimentos nocivos.
Sobre o trabalho: É preciso compreender que você tem a mesma carga horária e não é necessário ingressar na roda de adiantar tudo até quase a hora de dormir. É preciso regrar a mente e oferecer a ela pausas. Pausas regeneram e promovem mais atenção nas ações que precisam ser feitas.
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Como reduzir os impactos emocionais causados pelo isolamento social
Para que os impactos não sejam tão negativos, com essa alteração na rotina, vale manter a atividade física que você fazia na academia no mesmo horário, preservar uma boa conversa com a família, o horário das refeições, o movimento e até mesmo a pausa para hidratação.
Sem que se tenha esse entendimento de colocar qualidade no dia a dia e não quantidade, continuará fugindo da verdadeira cura que envolve organizar os sentimentos, cuidar bem dos pensamentos, apreciar a própria companhia, desenvolver habilidades que tire você da sua zona de conforto, como trabalhos manuais, por exemplo!
Aprender algo que não esteja numa tela, certamente amplia a criatividade e aprimora a capacidade motora, a paciência e de quebra ainda proporciona relaxamento.
Trocar o acesso à constantes noticiários repetitivos por uma pintura, uma escrita mais silenciosa num caderno, para liberação de sentimentos de medo e dúvida que surgem em tempos assim, é uma boa pedida!
Assim, você consegue distrair seus pensamentos com coisas que não estejam diretamente relacionadas ao momento que estamos vivendo agora. Isso permite que a mente se mantenha mais saudável, evitando que o lado emocional seja afetado.
Fique atento, não saia de casa, cuide de seu corpo, mantenha os hábitos de higiene sugerido para este momento, organize bem seu home office, estipulando horários e organizando um local tranquilo para trabalhar, mas, não deixe a agenda se preencher além do que pode lidar. É o momento de manter tranquilidade e também estimular o resgate do autocuidado emocional que andou meio esquecido.
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